Sopro no coração: devo me preocupar?
- Dr. Agnaldo Rodrigues
- 4 de set. de 2018
- 3 min de leitura

Em um exame cardiológico de rotina, se um ruído diferente é detectado, é preciso prestar atenção.
Essa sonoridade é conhecida como sopro e é um ruído produzido pela passagem de sangue através das estruturas do coração.
Ele pode ser inofensivo ou significar doença, mas como identificar o sopro relacionado a doença?
Há, essencialmente, dois tipos de problema que podem ser desenvolvidos em adultos e crianças: o sopro com valor clínico e o sopro fisiológico.
O primeiro pode representar patologias cardíacas congênitas nas válvulas, aparecer por conta do processo de formação do coração ou quando há buracos entre uma câmara e outra.
Já o segundo é um ruído ocasionado dentro do coração que não gera nenhum tipo de sintoma, não tem significado clínico e, portanto, não precisa de tratamento.
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Os fatores de risco podem ser a presença de doenças congênitas como já citado, mas há também a predisposição genética.
Na fase adulta, alguns tipos de sopro no coração são adquiridos, como após uma febre reumática.
A doença causa uma infecção na garganta por uma bactéria e, a partir disso, leva a uma reação cruzada, onde os anticorpos atacam a válvula do coração.
A válvula, por sua vez, perde mobilidade, se calcifica com o tempo e isso gera o sopro.
Mas isso só acontece quando a patologia não é tratada adequadamente.
O sopro senil também é adquirido com o tempo e é provocado quando a válvula cardíaca, de tanto trabalhar, se calcifica, comum no envelhecimento.
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No caso das crianças, geralmente, quando elas nascem com algum tipo de cardiopatia, o pediatra já detecta nos seus primeiros dias de vida (às vezes, nas primeiras horas do nascimento).
Se ela recebe alta do hospital sem ter tido um diagnóstico dessa doença, normalmente não há motivo para preocupação.
Mas é preciso observar de perto sintomas como lábio e pontas dos dedos arroxeados, além do cansaço excessivo, e levá-la ao médico quando acontecerem.
No entanto, boa parte desses sopros cardíacos em crianças se auto resolvem, ou seja, com o próprio amadurecimento o coração cresce e esses pequenos fluxos se fecham naturalmente.
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É importante lembrar que esses problemas podem não apresentar sintomas e não necessariamente precisarão de tratamento.
Para averiguar a necessidade de alguma intervenção médica, é preciso visitar regularmente o cardiologista.
É possível prevenir o sopro no coração?
Toda prevenção começa bem no início da formação da vida.
É praticamente consenso que na gravidez se faça o ultrassom específico para o coração do bebê, chamado de ecografia fetal.
O exame analisa esse coração e aponta se ele está em perfeitas condições.
Caso não esteja, há o tratamento, feito em serviços especializados, ou então, outra forma é preparar o hospital onde a criança nascerá com o problema para que ela tenha os melhores cuidados desde cedo e o reparo aconteça o mais breve possível.
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Na fase adulta, a prevenção deve ser feita a partir dos 16 anos com a realização de exames periódicos.
Mas, independentemente de casos adultos ou infantis, quando essas malformações não são solucionadas, o sopro pode prejudicar muito a saúde e até levar à morte.
Contudo, como a detecção do sopro no coração é algo facilmente identificável, é possível tratá-lo antes de chegar a esse ponto extremo.
Medicações e, em casos mais complexos, intervenções cirúrgicas, poderão corrigir o problema.
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Existem vários critérios que indicam que a cirurgia deve ser realizada.
Na intervenção cirúrgica poderá ser realizado a troca da válvula por uma prótese mecânica ou biológica e é possível também a realização de um reparo na válvula, sem a necessidade de troca.
Após o procedimento, há uma adaptação natural nos primeiros meses e, depois, o coração volta a trabalhar normalmente, inclusive o paciente pode realizar atividades físicas leves e moderadas.
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Dr. Agnaldo Rodrigues é médico pela Faculdade de Medicina de Petrópolis, tendo se especializado em cardiologia pelo Instituto Mário Penna, em Belo Horizonte, e em Ecocardiografia pelo Diagnósticos da América (DASA) e Escola de Imagem de São Paulo (UNIECO). Possui ainda título de especialização em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Seu consultório de cardiologia fica localizado na cidade de Itumbiara-GO, na rua João Manoel de Souza, 66 - sala 14, Centro,
CRM-GO: 14.541 | RQE nº 11.602
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