Kit salvação COVID
- Agnaldo Júnior
- 13 de jul. de 2020
- 2 min de leitura

Todas as etapas de um atendimento de um paciente em parada cardíaca são muito bem definidas, existe um fluxograma que é constantemente atualizado, com ajustes sempre com objetivo de tornar as manobras de reanimação mais efetivas.
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Levando-se em consideração que o paciente está quase morto algum desavisado que não tem a menor ideia de como a medicina funciona poderia dizer que esse tal fluxograma é uma bobagem, o paciente está morrendo, não é hora para teoria, é hora de tentar todos os tratamentos disponíveis e de preferência todos de uma vez, afinal de contas é a última chance daquele paciente. Mas não é assim e por não ser assim é possível uma reanimação com sucesso.
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Nem toda arritmia cardíaca identificada é chocável. Sabe a adrenalina? Então, ela é usada, mas existe o momento certo, pode ser que naquele momento seja hora de chocar e não de medicar. A massagem cardíaca possui um ritmo ideal e a força que deve ser realizada também, nada é aleatório. Existe o momento certo para medicar, existem os medicamentos que podem ser utilizados e existem as causas que temos que pensar quando nada disso funciona. Está tudo definido.
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Existe o momento correto em que temos que parar e apenas olhar para o monitor cardíaco. Mas como assim ficar apenas olhando? Então, é assim funciona. Quem definiu? A ciência. Quem está habilitado para esse tipo de atendimento sabe que medidas heróicas não funcionam.
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E o covid? Deixo pra você esse exercício de reflexão. Vale tudo mesmo? Inclusive ignorar a ciência e inventar tratamentos sem pé nem cabeça? Ou seria melhor investir energia e recursos naquilo que pode ser a solução? Pelo risco de morte estamos autorizados a fazer qualquer coisa? Remédio A e B de qualquer jeito e para todos? As pessoas são livres, mas devo ou não prescrever algo que vai fazer você achar que está protegido ou achar que está recebendo um tratamento? É isso que você espera de mim? Uma receita com supostos tratamentos?
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Estamos caminhando, teremos uma solução, pode até ser que seja um desses fármacos conhecidos, quando for definido o mundo vai saber. Até lá cuide-se, mantenha-se saudável, fisicamente e mentalmente, vai dar certo.

Dr. Agnaldo Rodrigues é médico pela Faculdade de Medicina de Petrópolis, tendo se especializado em cardiologia pelo Instituto Mário Penna, em Belo Horizonte, e em Ecocardiografia pelo Diagnósticos da América (DASA) e Escola de Imagem de São Paulo (UNIECO). Possui ainda título de especialização em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.Seu consultório de cardiologia fica localizado na cidade de Itumbiara-GO, na rua João Manoel de Souza, 66 - sala 14, Centro, CRM-GO: 14.541 | RQE nº 11.602
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