Existe relação entre esteatose hepática (“gordura no fígado”) e doenças cardiovasculares?
- Dr. Agnaldo Rodrigues
- 3 de out. de 2018
- 2 min de leitura

O acúmulo de gordura no fígado, quando não causado por ingestão de bebida alcoólica, é cientificamente chamado de Doença Hepática Gordurosa não Alcoólica ou Esteatose Hepática.
Atualmente essa é a doença mais comum do fígado, chegando a acometer cerca de 30% da população adulta, com maior frequência em pacientes obesos, hipertensos, diabéticos ou que apresentam alteração nos níveis de colesterol e triglicerídeos.
Quais são os riscos?
O risco de desenvolver Esteatose Hepática está cada vez maior devido aos índices de obesidade da população.
No Brasil mais da metade das pessoas com mais de 18 anos estão com excesso de peso, ou seja, quando o índice de massa corporal (IMC) é igual ou maior que 25.
Além disso cerca de 20% das pessoas são classificadas como obesas por terem IMC igual ou maior que 30.
A obesidade é também fator de risco para doenças como hipertensão, diabetes e câncer.
Como é diagnosticado?
O diagnóstico de gordura no fígado é realizado por ultrassonografia abdominal ou através de alterações detectadas em exames de sangue.

Na maioria dos casos o paciente não apresenta sintomas.
No entanto, a doença hepática gordurosa não alcoólica, apesar de silenciosa, é um problema de saúde sério, pois se associa a um maior risco de doenças cardiovasculares, já que frequentemente está associado a fatores de riscos conhecidos relacionados, por exemplo, com a angina, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.
Os pacientes com esteatose hepática apresentam também maior risco de inflamação no fígado causada pela gordura e também de cirrose hepática, que seria a fase mais avançada do processo.
Recomenda-se que todo paciente com doença hepática gordurosa não alcoólica seja avaliado quanto ao risco de doenças cardiovasculares.

Nestes casos torna-se ainda primordial a prática regular de atividade física e dieta saudável, sendo recomendado a perda de peso para os indivíduos com sobrepeso e obesidade.
Além disso deve-se controlar a pressão arterial, o diabetes mellitus, o colesterol e triglicerídeos, e evitar excesso de bebida alcoólica.
Após o diagnóstico de esteatose é também necessário que sejam excluídas outras causas de hepatites, especialmente hepatites virais, avaliando o grau de comprometimento do fígado.
Consulte seu médico
Atualmente, a esteatose hepática é considerada um problema grave de saúde pública mundial.
Um grande esforço tem sido realizado para o desenvolvimento de medicamentos focados neste problema.
A cirrose causada pela doença hepática gordurosa não alcoólica é hoje a terceira maior causa de transplante de fígado nos Estados Unidos.
No Brasil verifica-se um aumento significativo nos índices de sobrepeso e obesidade nas últimas duas décadas, o que contribui ainda mais para a mortalidade por obesidade.
Mais uma vez estamos diante de uma doença em que é necessário um diagnóstico precoce, uma avaliação especializada, o rastreio de doenças associadas e um tratamento adequado.

Dr. Agnaldo Rodrigues é médico pela Faculdade de Medicina de Petrópolis, tendo se especializado em cardiologia pelo Instituto Mário Penna, em Belo Horizonte, e em Ecocardiografia pelo Diagnósticos da América (DASA) e Escola de Imagem de São Paulo (UNIECO). Possui ainda título de especialização em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.Seu consultório de cardiologia fica localizado na cidade de Itumbiara-GO, na rua João Manoel de Souza, 66 - sala 14, Centro, CRM-GO: 14.541 | RQE nº 11.602
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