Diabetes Mellitus e o coração, existe alguma relação?
- Dr. Agnaldo Rodrigues
- 30 de abr. de 2018
- 3 min de leitura

O risco de um diabético sofrer um infarto chega a 40% nos homens e 50% nas mulheres.
Quando a doença se instala, potencializa outras condições de risco, como a pressão alta e o colesterol elevado.
O diabetes é uma espécie de combustível perverso, difícil de ser removido e pronto para causar muitos problemas.
A doença ocorre quando a glicose, principal forma de energia das células, aumenta sua concentração no sangue.
Isso pode ocorrer durante a digestão de carboidratos contidos em alimentos como farinhas, massas, pães, batata, mandioca, doces e açúcares.
Após o processo digestivo, a glicose circula no interior dos vasos, sendo distribuída por todas as células do corpo para se transformar em energia.
Para entrar nas células, ela depende da insulina, hormônio fabricado no pâncreas.
Quando uma pessoa tem, por exemplo, aumento da gordura abdominal, libera substâncias inflamatórias tóxicas prejudiciais à ação da insulina, causando o diabetes tipo 2.
Essa é a forma mais frequente da doença em adultos.
Mais raros são e continuarão sendo os casos de diabetes tipo 1, causados pela redução da fabricação de insulina pelo pâncreas.
Ao se instalar no organismo, o diabetes segue uma lógica: as células não absorvem a glicose como deveriam, pois a insulina não está agindo corretamente, resultado: a glicose excedente sobra nos vasos.
Esse acúmulo provoca danos, pois aumenta a formação de placas de gordura que geram coágulos que, por sua vez, podem entupir vasos ligados a órgãos como coração, cérebro e membros inferiores, causando infarto ou AVC (acidente vascular cerebral, popularmente chamado de derrame).

Muitas vezes o infarto ocorre antes do diabetes apresentar sintomas ou ser diagnosticado.
Mesmo o diabetes muito bem controlado com uso de medicamentos e mudanças no estilo de vida aumento o risco de doenças cardiovasculares, é daí quem a necessidade de um acompanhamento médico especializado a fim de se reduzir o risco cardiovascular desse paciente.
Na consulta médica do paciente diabético é essencial uma investigação muito bem direcionada a fim de se identificar essa doença nos vasos, que muitas vezes existe e não gere nenhum sintoma.
Identificar precocemente as complicações do diabetes permite ao cardiologista um tratamento agressivo com o intuito de reduzir a chance, por exemplo, do paciente vir a ter um infarto agudo do miocárdio.
É sabido que as doenças cardiovasculares estão entre as causas mais frequentes de morte no Brasil.
Evitar o diabetes e tratar essa doença de forma correta significa afastar essa ameaça ou reduzir o risco que complicações que ela traz.
Não é difícil seguir esse caminho.
É necessário avaliar a presença de fatores de risco, como tabagismo, excesso de gordura abdominal, hipertensão, sedentarismo, dieta pobre em fibras e história de diabetes na família.
Quando esses fatores existem, o acompanhamento com um profissional de saúde promove uma melhora gradual no estilo de vida e reduz o risco de desenvolver a doença em cerca de 60%.
Em pessoas com diabetes estabelecido a orientação ajuda a reduzir a gordura abdominal e a controlar melhor os níveis de pressão, colesterol e glicose, diminuindo os riscos de infarto e de AVC.
Já os que não possuem nenhum fator de risco é fundamental saber que uma boa alimentação e exercícios físico regulares podem manter o diabetes bem longe.

Dr. Agnaldo Rodrigues é médico pela Faculdade de Medicina de Petrópolis, tendo se especializado em cardiologia pelo Instituto Mário Penna, em Belo Horizonte, e em Ecocardiografia pelo Diagnósticos da América (DASA) e Escola de Imagem de São Paulo (UNIECO). Possui ainda título de especialização em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Seu consultório de cardiologia fica localizado na cidade de Itumbiara-GO, na rua João Manoel de Souza, 66 - sala 14, Centro,
CRM-GO: 14.541 | RQE nº 11.602
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