BEBIDAS ENERGÉTICAS E ÁLCOOL, UMA COMBINAÇÃO PERIGOSA.
- Dr. Agnaldo Rodrigues
- 6 de dez. de 2018
- 3 min de leitura

O consumo de bebidas alcoólicas, como vodka e whisky, misturados com energético, é comum entre os jovens.
A combinação, à primeira vista, pode parecer boa, já que o energético, além de mascarar o sabor das outras bebidas, dá mais energia para curtir a festa. Mas não é bem isso o que acontece.
Recente pesquisa da Universidade de Victoria, no Canadá, aponta que essa combinação aumenta a possibilidade de acidentes e brigas, uma vez que a cafeína presente nos energéticos faz com que as pessoas se sintam mais despertos e propensos a beber mais.
Os cientistas responsáveis pelo estudo identificaram correlação entre consumo de álcool e energéticos e aumento nos riscos de acidentes e brigas em 10 das 13 pesquisas publicadas entre 1981 e 2016 que foram analisadas.
A cafeína e a taurina, estimulantes presentes nos energéticos, disfarçam os efeitos do álcool, ou seja, ocultam a sensação depressiva do álcool.
Esse efeito aumenta o risco de intoxicação e inclusive de morte por excesso de álcool, já que a pessoa não tem noção do quanto já bebeu.
Para se ter uma idéia, uma lata de 250 ml de energético contém 80 mg de cafeína, quase três vezes mais que uma lata de coca-cola e o equivalente a uma caneca de café.
Dados do Levantamento Nacional sobre Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas, realizado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas em 2010 com universitários das 27 capitais brasileiras, mostraram que 74% dos entrevistados relataram já ter consumido bebidas energéticas juntamente com álcool pelo menos uma vez na vida.
Entre aqueles que admitiram o uso combinado de energéticos e bebidas alcoólicas, 90% relataram o consumo nos últimos 30 dias, dos quais 5% consumiram esta combinação diariamente ou em uma frequência de 2 a 3 vezes por semana.
Inicialmente, o álcool causa euforia e desinibição.
Com a ingestão de mais doses, a bebida atua como depressor do sistema nervoso central (SNC), e compromete funções vitais do corpo como: controle da temperatura, respiração e batimentos cardíacos.
Assim que é ingerida, a cafeína estimula o sistema nervoso a liberar hormônios como adrenalina e noradrenalina que, juntos, aumentam a frequência cardíaca e estreitam os vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial.

Se uma pessoa com algum tipo de problema cardíaco pré-existente ingere energético, pode desencadear infarto ou derrame.
Essa probabilidade aumenta ainda mais para pessoas com mais de 40 anos. Isso porque é mais comum a existência de fatores de risco como hipertensão, obesidade, tabagismo e má alimentação, que contribuem para a manifestação de problemas cardíacos.
Além da combinação não ser recomendada, o consumo consciente de bebidas alcoólicas é importante tanto para o bem-estar como para a saúde.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), não há níveis seguros para o consumo de álcool, podendo acarretar riscos à saúde se a pessoa beber mais de duas doses por dia e mais do que cinco vezes na semana.

Dr. Agnaldo Rodrigues é médico pela Faculdade de Medicina de Petrópolis, tendo se especializado em cardiologia pelo Instituto Mário Penna, em Belo Horizonte, e em Ecocardiografia pelo Diagnósticos da América (DASA) e Escola de Imagem de São Paulo (UNIECO). Possui ainda título de especialização em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.Seu consultório de cardiologia fica localizado na cidade de Itumbiara-GO, na rua João Manoel de Souza, 66 - sala 14, Centro, CRM-GO: 14.541 | RQE nº 11.602
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