Existe associação entre consumo de açaí e Doença de Chagas?
- Dr. Agnaldo Rodrigues
- 6 de ago. de 2019
- 2 min de leitura

A Doença de Chagas é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que pode ser adquirida por meio do contato com as fezes do barbeiro, seja pela pele, seja via oral.
A OMS estima em aproximadamente 6 a 7 milhões o número de pessoas infectadas em todo o mundo, a maioria na América Latina. ⠀ O Ministério da Saúde do Brasil contabilizou 112 surtos no território nacional entre 2005 e 2013, envolvendo em sua totalidade 35 municípios da Região Amazônica.
A fonte provável de infecção foi a ingestão de alimentos contaminados com T. cruzi, entre eles: açaí, bacaba, jaci (coquinho), caldo de cana e palmito de babaçu.
A maioria dos surtos ocorreu nos estados do Pará, 75.9% (85 surtos) e Amapá, 12.5% (14 surtos) e, em menor proporção, nos estados do Amazonas, 4.5% (5 surtos), Tocantins, 1.8% (2 surtos) e Bahia, 1.8% (2 surtos). ⠀ Com relação ao açaí testes realizados e publicados na revista “Advances in Food and Nutrition Research”, mostraram que o protozoário causador da doença de Chagas é capaz de sobreviver na polpa da fruta tanto em temperatura ambiente, como a 4°C, temperatura média de uma geladeira, e até a -20°C, no açaí congelado. ⠀ Não há motivos para descartar o consumo de açaí, já que não há relação direta entre a fruta e a doença.
Em geral o açaí é contaminado quando um barbeiro, inseto vetor da doença, ou as fezes dele se misturam à polpa durante o processamento. ⠀ Moradores da região Norte ou quem visita o estado devem procurar locais certificados pela Vigilância Sanitária ou buscar o selo de qualidade que é emitido por esse órgão.
No caso da polpa industrializada o produto passa por um processo de lavagem e de pasteurização, o que elimina qualquer possibilidade de sobrevivência do Trypanosoma cruzi. ⠀ Além disso, segundo informações do Ministério da Saúde, algumas pesquisas feitas na Amazônia pelo Instituto Evandro Chagas e pela Universidade Federal do Pará, para desenvolvimento e aperfeiçoamento de técnicas para produção desses alimentos em escala comercial, também estão contribuindo para a eliminação do problema. ⠀ -Fonte: Site da Anvisa, Fiocruz e II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas.

Dr. Agnaldo Rodrigues é médico pela Faculdade de Medicina de Petrópolis, tendo se especializado em cardiologia pelo Instituto Mário Penna, em Belo Horizonte, e em Ecocardiografia pelo Diagnósticos da América (DASA) e Escola de Imagem de São Paulo (UNIECO). Possui ainda título de especialização em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.Seu consultório de cardiologia fica localizado na cidade de Itumbiara-GO, na rua João Manoel de Souza, 66 - sala 14, Centro, CRM-GO: 14.541 | RQE nº 11.602
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